Durante todo ano, cada mês é relacionado a uma cor, e cada cor é relacionada à algum cuidado com a saúde que devemos ter ciência. Este mês de fevereiro de 2022 temos o fevereiro Roxo, que estimula o cuidado com a Fibromialgia, Alzheimer e Lúpus. Neste artigo eu escrevo sobre os aspectos nutricionais na fibromialgia e mostro alternativas nutricionais para amenizar os sintomas e ajudar a você a controlar a sua saúde.
- Conhecendo a fibromialgia
A fibromialgia é uma condição clínica de etiologia desconhecida, ou seja, sua causa é desconhecida e vários fatores podem corroborar para o aparecimento dos sintomas. Dor crônica no sistema locomotor, fadiga intensa, distúrbios no sono, dormência nas extremidades, ansiedade ou depressão, rigidez ligamentar, dores de cabeça e sensação de suor nas mãos são os principais sintomas.
Não existe um parâmetro laboratorial para caracterizar a fibromialgia, sendo seu diagnóstico com base nos sintomas a longo prazo, ou seja, crônico. Alguns estudos sugerem pelo menos três meses de acometimento dos sintomas para a hipótese diagnóstica.
Algumas outras patologias podem ser associadas à fibromialgia, como a Síndrome do Intestino Irritável e Hipotireoidismo. O aparecimento da doença é mais comum na meia idade, mas crianças, adolescentes e idosos podem ser acometidos desta condição clínica que interfere diretamente na saúde e na qualidade de vida das pessoas.
Nos últimos anos várias pesquisas tem orientado os profissionais da saúde a lidar de maneira mais natural com diversos tipos de patologias, e a alimentação é um dos principais ramos da saúde a cuidar da não progressão da doença e a diminuir os sintomas associados. Sabe-se que um padrão alimentar saudável pode mitigar vários aspectos de perfil inflamatório da fibromialgia, e isto dá ao paciente melhor conforto para as atividades do dia a dia.
Sabendo disto, vários estudos indicam uma relação entre o consumo dos minerais na alimentação e a fibromialgia. Dentre eles, destacam-se o Magnésio, o Cálcio e o Ferro. Tanto uma alimentação quanto a suplementação dos minerais podem ajudar no controle da doença.
Vários estudos tem mostrado que pacientes com dor crônica não seguem os padrões de recomendação de ingestão de minerais e vitaminas, e essas deficiências estão associadas ao quadro patológico da fibromialgia.
“A deficiência de minerais impacta diretamente nos quadros de dor crônica.”
- Magnésio e fibromialgia
O Magnésio é um elemento traço importante para diversas funções metabólicas, além de ser de vital importância nas reações enzimáticas do organismo. A deficiência de magnésio está relacionada a quadros de dores de cabeça, enxaqueca, fibromialgia e aumento de uma proteína de fase aguda inflamatória chamada Proteína C Reativa. Também se relacionam com a deficiência de magnésio a osteoporose, doenças cardiovasculares e outras condições clínicas.
Uma das funções do magnésio é inibir alguns nervos receptores do cérebro que sinalizam a dor. Um desses receptores, chamado de N-metil-D-aspartato (NMDA) está relacionado aos sintomas de dor crônica da fibromialgia. Isto torna o magnésio um analgésico natural. Quando a deficiência de magnésio é notada, observa-se o aumento dos quadros de dor, pois a função deste receptor NMDA é aumentado. O magnésio também atua como relaxante da contração muscular, causando sensação de relaxamento e alívio nos sintomas da fibromialgia.
A deficiência de magnésio na população pode ser corrigida por meio da alimentação e da suplementação mineral. Nos alimentos, vegetais folhosos, frutas como o abacate, oleaginosas e leguminosas são fontes de magnésio biodisponíveis. Sabe-se que hoje a alimentação ocidental tem preferência no consumo de ultraprocessados e fast-food, o que inviabiliza o consumo correto de magnésio. Isto nos dá a perspectiva de que melhorando a alimentação observa-se melhora nos sintomas da fibromialgia e das doenças associadas a esta condição clínica.
- Outros minerais e fibromialgia
Alguns estudos também relacionaram a deficiência de minerais nos quadros de fibromialgia, como por exemplo o cálcio, ferro e manganês.
Os mecanismos de controle corporal do cálcio envolvem uma série de fatores e de sistemas relacionados a homeostase, sendo assim as quantidades corporais são mantidas algumas das vezes às custas da retirada de cálcio dos ossos para regular o sistema. Na fibromialgia, alguns estudos relataram baixos níveis de cálcio intracelular em comparação com um grupo saudável, o que possibilitaria a hipótese de que a rigidez muscular no quadro de dor crônica teria relação com a queda deste mineral no organismo e a falta de controle pelo próprio sistema. As pesquisas relatam ainda que se observa uma queda da mineralização óssea nos quadros de fibromialgia, sugerindo um possível descontrole do metabolismo.
Em quadros inflamatórios crônicos, como no caso da fibromialgia, o organismo produz várias moléculas chamadas radicais livres. Estes radicais livres possuem elétrons em desordem que podem entrar no núcleo celular e causar mudanças na estrutura das células causando uma série de doenças e condições clínicas. Para combater os radicais livres no organismo, o metabolismo possui um sistema enzimático de defesa chamado sistema antioxidante. As enzimas responsáveis por este sistema são: superóxido dismutase, catalase e glutationa peroxidase. Já foi citado que para o funcionamento de enzimas, os minerais são essenciais, pois participam ativamente na estrutura e no funcionamento das mesmas.
O mineral manganês está ativamente presente no sistema antioxidante do organismo e atua diretamente no combate dos radicais livres, porém observa-se em pacientes com fibromialgia níveis mais baixos de manganês do que em pacientes saudáveis.
- Alimentação na fibromialgia
O intuito da alimentação é nutrir e promover energia o suficiente para a realização das atividades do dia a dia, garantir cognição e o correto funcionamento do organismo. Algumas vezes o ser humano é acometido de problemas que podem ser doenças, condições clínicas, síndromes e outros desarranjos relacionados à saúde.
Sabe-se que a alimentação nos tempos atuais tem tomado um rumo que vai contra à saúde. O alto consumo de álcool, fast-food, ultraprocessados, excesso de consumo de doces e refrigerantes bem como a baixa ingestão de frutas, vegetais e fibras. Isto torna para o organismo um ambiente desfavorável à manutenção da saúde, e com isto observa-se o ganho de peso e o acometimento de doenças.
Na fibromialgia, onde se é instalado um processo inflamatório crônico, espera-se que a alimentação ajude o organismo a lidar com a dor crônica e com os sintomas que permeiam a saúde humana.
Todos os órgãos de saúde do mundo visam orientar para uma melhor alimentação, com a inserção de frutas, vegetais, fibras, carnes, leites e derivados magros e oleaginosas na alimentação humana. Isto porque o corpo precisa de vitaminas e minerais para garantir o bom funcionamento do metabolismo e para controlar possíveis doenças.
“o que posso fazer para ser mais saudável?”
O Guia Alimentar Para a População Brasileira, realizado pelo Ministério da Saúde nos dá 10 dicas práticas para melhorar a alimentação do brasileiro, sendo elas:
- Priorize alimentos in natura ou minimamente processados;
- Alimentos in natura (como frutas, verduras, legumes, ovos e carnes) ou minimamente processados (como leite, farinha, frutas secas, castanhas) são a base ideal para uma alimentação nutricionalmente balanceada, saborosa, culturalmente apropriada e promotora de um sistema alimentar socialmente e ambientalmente sustentável.
- Utilize óleo, sal e açúcar com moderação;
- Ao preparar ou temperar refeições, utilize pequenas quantidades de óleos, gorduras, sal e açúcar. Se o uso for moderado, esses ingredientes culinários contribuem para deixar a alimentação mais saborosa sem torná-la nutricionalmente desbalanceada.
- Limite o consumo de alimentos processados;
- Os ingredientes e métodos usados na fabricação de alimentos processados – como conservas de legumes, compota de frutas, pães e queijos – alteram de modo desfavorável a composição nutricional dos alimentos dos quais derivam. Por exemplo, um pepino em conserva não é tão saudável quanto o vegetal in natura. Em pequenas quantidades, podem ser consumidos como ingredientes de receitas ou parte de refeições, mas não abuse!
- Evite o consumo de alimentos ultraprocessados;
- Alimentos ultraprocessados (como biscoitos recheados, salgadinhos, refrigerantes e macarrão instantâneo) são nutricionalmente desbalanceados. Por conta de sua formulação e apresentação, tendem a ser consumidos em excesso e a substituir alimentos mais saudáveis. Suas formas de produção, distribuição, comercialização e consumo afetam de modo desfavorável a cultura, a vida social e o meio ambiente.
- Coma com regularidade e atenção;
- Procure fazer suas refeições em horários semelhantes todos os dias e evite “beliscar” nos intervalos entre as refeições. Coma sempre devagar e desfrute o que está comendo, sem se envolver em outra atividade, assistir TV, por exemplo. Procure comer em locais limpos, confortáveis e tranquilos e onde não haja estímulos para o consumo de quantidades ilimitadas de alimento.
- Compre alimentos nas feiras;
- Procure fazer compras de alimentos em mercados, feiras livres e de produtores e outros locais que comercializam variedades de alimentos in natura ou minimamente processados. Prefira legumes, verduras e frutas da estação e cultivados localmente. Sempre que possível, adquira alimentos orgânicos e de base agroecológica, de preferência diretamente dos produtores.
“Alinhar a alimentação e a suplementação com a supervisão de um nutricionista.”
- Cozinhe;
- Se você tem habilidades culinárias, procure desenvolvê-las e partilhá-las, principalmente com crianças e jovens, de todas as idades e gêneros. Se você não sabe cozinhar, procure aprender. Para isso, converse com as pessoas que já sabem, peça receitas a familiares, amigos e colegas, leia livros, consulte a internet, eventualmente faça cursos e… bote a mão na massa!
- Planeje as compras e o preparo das refeições;
- Planeje as compras de alimentos, organize a despensa doméstica e defina com antecedência o cardápio da semana. Divida com os membros de sua família a responsabilidade por todas as atividades domésticas relacionadas ao preparo de refeições. Reavalie como você tem usado o seu tempo e identifique quais atividades poderiam ceder espaço para a alimentação.
- Evite Fast-Food;
- No dia a dia, procure locais que servem refeições feitas na hora e a preço justo. Restaurantes de comida a quilo podem ser boas opções, assim como refeitórios que servem comida caseira em escolas ou no local de trabalho. Evite redes de fast-food.
- Seja crítico quanto à publicidade dos alimentos;
- Lembre-se de que a função essencial da publicidade é aumentar a venda de produtos, e não informar ou, menos ainda, educar as pessoas. Avalie com crítica o que você lê, vê e ouve sobre alimentação em propagandas comerciais e estimule outras pessoas, particularmente crianças e jovens, a fazerem o mesmo.
“Como cuidar da saúde no dia a dia corrido? Posso suplementar?”
- Suplementação com Litho Calcium
Nem sempre podemos ter todos os dias uma alimentação 100% saudável, seja pela correria de algum imprevisto ou por alguma limitação na alimentação. Com isso a suplementação se torna um meio viável e de bom custo para garantir a oferta de todos os nutrientes que o corpo precisa.
Além de uma alimentação saudável, pacientes com fibromialgia podem se beneficiar com a suplementação de Litho Calcium, pois nosso composto mineral é rico em Cálcio, Magnésio, Ferro, Silício e outros 70 microminerais que ajudam a equilibrar o organismo e fornecer tudo o que é necessário para a manutenção da saúde.
Por ser de origem orgânica, há uma melhor biodisponibilidade, o que quer dizer que seu corpo aproveita mais destes minerais com maiores taxas de absorção.
Litho Calcium é um aliado importante na alimentação do dia a dia e não um substituto, pois a alimentação e a suplementação andam no mesmo patamar. Litho Calcium veio para ajudar você a conseguir sua oferta de minerais no dia a dia.
Artigo por:
Gustavo Gomes Guerra – Nutricionista Clínico e Esportivo – CRN MG 9 20826
[1] Andretta, Aline et al. Relation between magnesium and calcium and parameters of pain, quality of life and depression in women with fibromyalgia. Advances in Rheumatology. 2019.
[2] Kim, Y-S, et al. Women with fibromyalgia have lower levels of calcium, magnesium, iron and manganese in hair mineral analysis. J. Korean Med Sci 2011; 26: 1253-1257.
[3] Joustra, Monica & Minovic, Isidor & Janssens, Karin & Bakker, Stephan & Rosmalen, Judith. (2017). Vitamin and mineral status in chronic fatigue syndrome and fibromyalgia syndrome: A systematic review and meta-analysis. PLoS ONE. 12. 10.1371/journal.pone.0176631.
[4] Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para a população brasileira / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed., 1. reimpr. – Brasília : Ministério da Saúde, 2014.
[5] Vizzotto, E. Radicais livres e mecanismos de proteção antioxidante. Disciplina de Fundamentos Bioquímicos dos Transtornos Metabólicos, Programa de Pós-Graduação em Ciências Veterinárias, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2017. 10p.