Minerais orgânicos e inorgânicos e sua utilização

1.      Plano de fundo

Na nutrição humana, os minerais possuem um papel fundamental no organismo. Suas aplicações vão desde o crescimento ósseo e dentário; o crescimento e maturação do sistema muscular e nervoso; a produção de células sanguíneas e a manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico no corpo humano. Além disto, os minerais agem como cofatores de enzimas em praticamente todas as vias metabólicas biológicas ao organismo, bem como otimização do sistema imunológico e na composição de complexos vitamínicos

O corpo humano não é capaz de produzir minerais para utilização própria, daí surge a demanda pelo consumo via alimentação ou suplementação, tornando-os então essenciais à saúde.

Os alimentos naturais são as fontes principais de minerais para o organismo, podendo o consumo ser vegetal ou animal. Nos alimentos, os minerais se apresentam de uma forma chamada “complexo orgânico natural”, que já pode ser utilizada e bem absorvida pelo organismo. As interações entre alimentos diferentes ou o uso de medicamentos pode interferir na estrutura do mineral em superfície estomacal ou intestinal, tornando-o mais absorvível ou não.

Devido a multifatores e a individualidade biológica de cada ser humano, nem sempre os alimentos cumprem todos os requisitos que cada indivíduo necessita, com isso, de forma natural ou sintética, os minerais são produzidos e utilizados como coadjuvante a nutrição. A alimentação deficiente, desbalanceada ou em excesso de minerais pode acarretar em concentrações e formas de armazenamento nos tecidos e fluidos corporais diferentes do esperado, alterando o equilíbrio saudável do organismo. Em alguns casos ocorrem alterações fisiológicas com lesões e distúrbios estruturais, como no caso da utilização de um modelo molecular mineral que pode não reagir bem com o trato gastrointestinal e causar náuseas, diarreia ou vômitos. Estas variações podem ocorrer de acordo com o elemento mineral utilizado e sua estrutura molecular e da individualidade biológica inerente a cada indivíduo.

Sabendo destas diferenças e de suas particularidades na nutrição, torna-se então necessário a compreensão sobre a forma em que se suplementa um mineral no organismo humano e qual a melhor escolha na hora de prescrever um suplemento mineral.

2.      Classificação dos minerais

Para cada função e requerimento, os minerais podem ser classificados de várias formas. 

Os macrominerais possuem esta denominação por possuírem maior necessidade de ingestão pelo organismo, mensurados por ppm (partes por milhão), classificados por porcentagem na dieta humana ou em gramas por kg. Já os microminerais são quantidades menores de 100 ppm e com menor necessidade de ingestão. 

Os macrominerais são importantes constituintes dos tecidos (muscular e ósseo), fortemente presente nos fluidos corporais, essenciais para o equilíbrio osmótico celular e de potencial elétrico, bem como responsáveis por parte da transmissão nervosa no organismo. Já os microminerais são importantes como parte de metaloenzimas, cofatores enzimáticos e parte estrutural de hormônios.

2.1. Minerais orgânicos

Desde a década de 50 os minerais vêm sendo utilizados na nutrição para melhora da saúde e qualidade de vida, porém com o avanço de pesquisas, uma nova gama de técnicas possibilitou com que estes minerais fossem mais bem absorvíveis e utilizados no indivíduo. Os pesquisadores observaram que quando o mineral era “ligado” à um aminoácido, este mineral era mais bem absorvível, pois esta ligação o “protegia” de interações no trato gastrointestinal que diminuía sua absorção. Com isto, a terminologia mineral orgânico passou a ser adotada quando o mineral possuía tal ligação, tornando-o otimamente viável para uso sob a forma de suplementação. Em análises os pesquisadores também puderam observar que existia uma ligação carbônica entre os minerais, adotando então o nome de mineral orgânico, o que difere da química básica (mas é só um temo técnico).

2.2.Tipos de minerais orgânicos

Apesar de serem considerados de boa absorção pelo organismo, os minerais orgânicos possuem características diferentes de acordo com os ligantes, alterando o complexo molecular do mineral. Abaixo são descritos alguns tipos de ligações que protege o mineral e otimiza sua absorção.

ü  Complexo metal-aminoácido: um mineral ligado a um aminoácido, podendo ser ou não especificado o aminoácido. Zincometionina, quando específico ou zinco-aminoácido);

ü  Quelado: quando mineral se liga a um complexo de moléculas de aminoácidos; considerado de baixa estabilidade e pouco solúvel.

ü  Quelado metal-MHA: quando há ligação de duas moléculas do hidróxi-análogo da metionina com um mineral. Composto insolúvel em água e muito instável;

ü  Proteinatos: quando o mineral esta ligado a uma cadeia de aminoácidos. Ligação química fraca e instável;

ü  Complexo metal-polissacarídeo: quando o metal está ligado a uma matriz de carboidrato, tornando o mineral envolto em uma rede molecular que é facilmente metabolizada porém protegido fisicamente;

ü  Metal-propionato: ligação entre o metal e duas moléculas de ácido propiônico. Ligação fraca e instável;

2.3.Utilização do mineral orgânico

A utilização do mineral orgânico tem o objetivo de melhorar a absorção do mineral, pois o mesmo deve estar ligado ao seu ligante (mineral + ligante) no momento de sua absorção, para que o mesmo não sofra modificações ou perca sua absorção no trato gastrointestinal. Quando o mineral perde seu ligante antes de ser absorvido, considera-o como inorgânico, tendo então que encontrar um outro transportador celular para absorção ou ser excretado pelo organismo.

Para garantir que o mineral não perca seu ligante e seja absorvido com as características orgânicas, deve possuir quatro características. Ser solúvel; ser estável com pH entre 2,0 e 7,4; absorvível e metabolicamente disponível. É possível observar na tabela abaixo a diferença da biodisponibilidade de um mineral de forma inorgânica em comparação ao mineral quelado (orgânico).

3.      Lithothamnium Calcareum e seu complexo mineral

As algas calcárias incrustantes, contidas no reino das plantas Rhodophyta, pertencente as algas vermelhas são constituídas por aproximadamente 76 minerais disponíveis de forma orgânica na natureza. é um gênero de algas marinhas presente em grandes colônias em mar aberto, que se instala em profundidades de até 30 metros. É composto por mais de 70 nutrientes equilibrados, com alta solubilidade e disponibilidade para os seres vivos.

Sua extração se dá de forma natural após a calcificação natural desta alga, o que a enriquece ainda mais de nutrientes. Conforme dito nos temas acima, esta forma orgânica, já quelada e protegida contra má absorção, oferece ao organismo micro e macrominerais. Estas algas são complexos de biominerais com predominância em cálcio e magnésio, e em menores quantidades o ferro, silício, zinco, potássio, enxofre e iodo. Sua utilização na complementação da alimentação humana visa a manutenção da saúde e do equilíbrio mineral do organismo, evitando e tratando doenças crônicas não transmissíveis.

Em seus benefícios, destacam-se predominantemente:

A alga marinha vermelha Lithothamnium Calcareum constitui de quelação natural da própria alga através de aminoácidos e polissacarídeos, o que além de o torna-lo biodisponível, o isenta de sintomas no trato gastrointestinal quando ingerido (diarreia, náusea, vômitos, dores).

4.      Indicações

Aliado à uma alimentação equilibrada e a hábitos de vida saudáveis, a suplementação de Litho Calcium oferece ao organismo o equilíbrio mineral correto sem efeitos colaterais, prevenindo a osteoporose, à doenças degenerativas e à transtornos do metabolismo.

ü  Osteoporose

o   Alta absorção de cálcio, magnésio e outros minerais ajudam na mineralização óssea e no controle da osteopenia em idosos, mulheres pós menopausa e praticantes de atividade física de impacto.

ü  Diabetes

o   Por conter minerais importantes na regulação da insulina, como cálcio, zinco, cromo, magnésio e selênio, ajuda a controlar níveis glicêmicos.

ü  Hipertensão arterial

o   Por conter potássio, cálcio e magnésio, age como contrarregulador ao sódio, possibilitando melhora no controle hidroeletrolítico em indivíduos com pressão arterial fora da normalidade.

ü  Menopausa

o   Ajuda no controle hormonal e na diminuição de sintomas relacionados ao descontrole dos hormônios femininos.

ü  Síndrome do Ovário Policístico

o   Por conter minerais que atuam no sistema imunológico, diminui a inflamação e controla os níveis de insulina no organismo. Parte estrutural das algas, chamados de glicosaminoglicanos, atuam no sistema imunológico diminuindo os marcadores de inflamação, como TNF-alfa, NKF-B e IL-6.

Entendendo que os minerais orgânicos presente nos vegetais, o que inclui a alga Lithothamnium Calcareum, matéria prima integral da Litho Calcium, possuem boa biodisponibilidade de absorção e utilização pelo organismo, e que os minerais orgânicos se apresentam em sua forma quelada, ou seja, ligados à compostos moleculares que protegem o mineral da excreção ou da não absorção, a suplementação de Litho Calcium pode ser um aliado na manutenção da saúde a longo prazo, evitando e tratando doenças e distúrbios metabólicos derivados do estilo de vida atual da população. 

Artigo por:

Gustavo Gomes Guerra – Nutricionista Clínico e Esportivo – CRN MG 9 20826

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